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domingo, 20 de novembro de 2011

TÓPICO--34. FRONTEIRAS


FRONTEIRAS- BRASIL QUER GANHAR O MUNDO -GLOBALIZAÇÂO- OSWALDO RIBAS
“Ultrapassadas as tensões graças ao MERCOSUL, as fronteiras brasileiras estão sendo redesenhadas. Pelo menos quando deixamos de lado características estritamente geográficas e políticas. Hoje é possível beber guaraná da Brahma na China, comer churrasco da Porcão em Tóquio, assistir à novela da Globo em Lisboa, fazer o trecho San Francisco-Los Angeles a bordo de um jato da Embraer ou entrar num caixa eletrônico do Itaú em Buenos Aires. Por meio de filiais espalhadas pelo mundo. As empresas brasileiras esforçam-se para conquistar espaços na economia global. Atualmente, o Brasil é campeão absoluto, entre as nações emergentes que sediam multinacionais, e também já possui cerca de mil empresa, de capital predominantemente nacional, com filiais espalhadas no mundo: as global players brasileiras.
" 400 das 500 maiores empresas transnacionais estão instaladas no Brasil. O Brasil, nos últimos três anos, só vem sendo superado pela China. Depois do "milagre" do Plano Real,  o impressionante aumento do volume de investimentos diretos estrangeiros no Brasil saltou para US$ 17 bilhões em 1997. Em 1993, era de US$ 2 bilhões. Recentemente, o Banco Central divulgou um estudo sobre esses investimentos que mostra já representarem 18% do Produto Interno Bruto.
E se por um lado o Brasil vem sendo escolhido como uma segunda pátria das multinacionais -, por outro, as companhias brasileiras também mostram seu apetite pelo mercado global. Associando-se em parcerias internacionais ou montando suas próprias fábricas em mercados externos, as operações com bandeira brasileira estão sendo abertas à velocidade de dez por mês, segundo dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). "O número de companhias  brasileiras instaladas no exterior rompeu a barreira das mil empresas".
A recente ofensiva para conquistar espaço nos países do MERCOSUL - Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia - contribuiu muito para as empresas brasileiras aventurarem-se em mercados externos. A Arisco Industrial Ltda. - uma das líderes nacionais no setor de alimentos, - investiu US$ 10 milhões na Argentina. Segundo a Arisco, a nova unidade industrial atenderá à demanda de exportação do MERCOSUL e deverá projetar a empresa como uma das maiores de seu setor no continente. Ainda nesse setor, a Sadia, maior fabricante nacional de carnes industrializadas saiu em busca da internacionalização.
Na condição de maior global player nacional - empresa em disputa pelo mercado mundial -, a Petrobrás, ainda estatal, mas em vias de privatizar-se, é a companhia que mais investe no exterior. Com operações em Angola, Líbia, golfo do México, Austrália e Noruega, a Petrobrás - já uma líder mundial na exploração de petróleo em águas profundas - pretende dobrar sua produção de óleo. A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) também brilha na arena internacional. No ramo da construção, a empreiteira Odebrecht, com investimentos e operações em vários continentes, ganhou a concorrência para construir desde uma hidrelétrica na Malásia, até o trem-bala que ligará a cidade de Miami a Orlando (sede da Disneyworld), nos EUA. Na área química, o grupo gaúcho Renner, produtor de tintas para carros e paredes, expandiu suas fábricas pela Venezuela e Chile.
Apesar da dificuldade do idioma português, restrito a poucas e pobres regiões do mundo, frente à dominação americana e japonesa, o Brasil também disputa um espaço na mais que rentável indústria cultural. A Rede Globo  compete com a mexicana Televisa pelo mercado latino-americano de telenovelas, ganha prêmios internacionais e mostra sua produção em pontos distantes do planeta como Pequim, Havana ou Londres. A agência de publicidade W/Brasil já está presente na Espanha, Portugal e EUA, na esteira da nova fama brasileira como "maior mercado emergente mundial da publicidade".
COMPETITIVIDADE
A modernidade brasileira esbarra em obstáculos quase intransponíveis quando se trata de competitividade nacional. O Fórum Econômico Mundial, instituto de pesquisa internacional com sede em Davos, na Suíça, derrubou a classificação brasileira do 42º lugar para a 46ª posição. Em 53 países, o Brasil só ganha da Colômbia, Polônia, Índia, Zimbábue, Rússia e Ucrânia. A justificativa é a má qualidade na "Educação". Para o instituto, "se o Brasil quiser ser uma potência global, afluente e influente, terá de dar escolas às crianças e reciclar seus professores, o Brasil terá de crescer durante um séc. a taxas anuais de 10% ao ano, para superar a diferença que o separa das nações ricas, berço das maiores multinacionais”.
Revista Problemas Brasileiros. SP:SESC, nº328, jul/ago.1998.
1-   No texto a palavra que define a interdependência entre governos, empresas, indivíduos, movimentos                      
sociais em diversos espaços, explicando as fronteiras flexíveis é?
2-     Que bloco econômico tem favorecido a globalização, no Brasil?
3-     De acordo com o texto, como é possível por exemplo entrar no caixa eletrônico do ITAÚ (que é uma empresa brasileira), em Buenos Aires, na Argentina?
4-     Segundo o texto, que país emergente tem mais empresas multinacionais espalhadas em seu território?
5-     O que são as global players brasileiras?
6-     O que o texto chama de “Milagre”, responsável pelo aumento de investimentos estrangeiros no Brasil?
7-     De acordo com o texto, que país supera o Brasil em volume de investimentos estrangeiros?
8-     O que significa a sigla UNCTAD?
9-     De acordo com o texto, quantas empresas o Brasil abre o exterior por mês? E quantas já tem instaladas?
10-  Que países fazem parte da MERCOSUL? Que país é o líder do MERCOSUL?
11-  Que empresas brasileiras, com filiais em outros países, são apresentadas no texto?
12-  De acordo com o texto, qual é a maior global player nacional? (Empresa com filiais em outros países)
13-  Qual é a maior multinacional, brasileira:
a-     do ramo dos alimentos?
b-    do ramo da aviação?
c-     do ramo do petróleo?
d-    do ramo cultural?
e-     do ramo da construção civil?
14-  Onde fica a sede da Disneyworld?
15-  Qual a maior dificuldade encontrada pelas empresas brasileiras em território internacional?
16-  De acordo com o texto, que dois países dominam a indústria cultural?
17-  A rede Globo compete, pelo mercado latino americano, com qual  empresa?
18-  O texto apresenta o Brasil como um pais de grande modernidade, mas com dificuldade em concorrer                             com o mercado internacional. Qual a justificativa apresentada para isso? Qual a solução apresentada  no texto para esse problema?

“ Moro em Portland, onde a Nike tem a sua sede empresarial. (...).Precisando de tênis novos, comecei a procurar (...) Pegava um tênis atrás do outro e lia: Made in China, Made in Korea, Made in Indonésia, Made in Thailand. Comecei a pedir tênis fabricado nos Estados Unidos aos balconistas. Os poucos que não ficaram confusos disseram que não existem tênis fabricado nos estados Unidos. Telefonei para a Nike e falei com o responsável pelo atendimento aos clientes, e ele me disse que a empresa ainda está manufaturando na Indonésia e em vários países da região. Liguei para a sede da L.A. Gear em Santa Mônica. Eu disse – Os Tênis que vocês produzem são fabricados nos Estados Unidos? - Fabricados aqui?, perguntou espantada, a pessoa que me atendeu. Ela me disse que seus tênis são produzidos no Brasil e na Ásia.
”Adaptado de Sally Tisdale. Americanos fabricam os seus tênis em toda parte. Folha de São Paulo, 2/10/1994.
1-     De acordo com o texto, Com a expansão da globalização pelo mundo os produtos perderam a                                identidade nacional. Justifique.
2-     Que país é sede da multinacional NIKE?
3-     Que países são apresentados no texto como fabricantes de produtos da NIKE?



TÓPICO--34. FRONTEIRAS
Fronteiras, limites, territórios, são produto da história e representam a separação entre um país e outro. Em escala regional, nacional, internacional, a espacialidade representa o arranjo das fronteiras políticas. Com seus limites, sua história de lutas, conquistas, dominação, imposição de língua, costumes, religião, tradições, fragmentam e redefinem a configuração do território. Esses traçados imaginários desenham fronteiras simbólicas que podem ser segregadoras, instáveis, com soberanias difusas em conflitos religiosos, étnicos, políticos/estratégicos, culturais, econômicos, nacionais. O conceito de fronteira simbólica amplia o entendimento de desterritorialização(indivíduos que estão marginalizados do processo socioeconômico/cultural/político, sem lugar para viver, sem pátria, sem terra, sem casa) quando discute a noção de pátria, estado, território, povo, demarcando as diferenças e alteridades ligadas à exclusão.
O rompimento de fronteiras consiste em um dos aspectos mais difundidos na globalização. O capitalismo se reproduz não se importando com o bem-estar e a igualdade social e revela o aumento da desigualdade que é promovida pela acumulação de riquezas por uma minoria. A ampliação da desigualdade concorre para o fortalecimento do controle das fronteiras, a fim de sustentar o domínio dos fluxos migratórios, numa situação contraditória com a livre circulação de bens, informações e capital. Dificilmente se verifica um controle absoluto das fronteiras, configurando uma situação de ilegalidade não só em relação à migração como também no comércio internacional de mercadorias, inclusive de consumo proibido, como é o caso das drogas ilícitas. É a emergência da ilegalidade, representando uma ameaça ao controle dos governos sobre os fluxos que ultrapassam as fronteiras. Como a desterritorialização se manifesta em período recente? Essa indagação se justifica uma vez que o ataque à fronteira não ocorre necessariamente por divisões. Existem outras formas de desagregar um país, sobretudo, porque é possível comandar à distância, ações econômicas e políticas de forma dissimulada. Assim, a problemática das fronteiras adquire uma nova dimensão, a partir de outra definição de fronteira após esta invasão, por exemplo, pela informação. A diferença da distribuição da população, da riqueza, e da governabilidade combinada à comunicação global estimula o fluxo migratório que pressiona algumas fronteiras. As fronteiras políticas e o limite da soberania se estendem também sobre o ar. Segundo as regras internacionais, o espaço aéreo que recobre um país lhe "pertence".

ATIVIDADES:
1-O que é fronteira?
2-O que o texto diz sobre fronteira simbólica?
3- O que é desterritorialização?
4-De acordo com o texto, como o capitalismo se reproduz?
5- Que comércio representa uma ameaça ao controle das fronteiras?
6- De acordo com o texto, o que estimula a migração?
7- De acordo com o texto, coloque V ou F:
(   ) Para a  globalização não existem fronteiras
(   ) As fronteiras políticas e o limite da soberania se estendem também sobre o ar
(   ) A desigualdade na distribuição de renda estimula a migração.
(   ) A informática diminui as fronteiras simbólicas do comércio porque agiliza o processo.
(   ) O capitalismo aumenta a desigualdade social, porque acontece o acúmulo de riquezas por uma pequena parte da população

FRONTEIRAS E DESTERRITORIALIDADE
“Sem perspectivas de conseguir uma vida digna em seu próprio país, um grande número de bolivianos vem para o Brasil, principalmente para São Paulo, na esperança de encontrar melhores condições de subsistência. O Brás, bairro central da capital paulista, abriga milhares desses imigrantes. (..) René, porém, pode ser considerado um vencedor. Atingiu o objetivo do qual grande parte dos bolivianos que entram irregularmente no Brasil, à procura de melhores oportunidades de emprego (os chamados "migrantes laborais"), fica fora: montar a própria oficina de costura, ainda que humilde. Apesar do relativo êxito, teve de enfrentar uma via-crúcis. Ao chegar de La Paz, em 1996, recrutado por um colega também boliviano, René trabalhou três meses sem receber um centavo, resolveu buscar nova ocupação. Então, trocou várias vezes de patrão, até conseguir dinheiro para comprar sua primeira máquina e, assim, trabalhar por conta própria. Porém, as lembranças do tempo em que foi explorado ainda o acompanham. Com escassas horas de descanso, geralmente após as refeições, René e sua mulher chegavam a trabalhar em turnos de 16 horas diárias. Conseguiam costurar, aproximadamente, 30 peças por dia, recebendo de R$ 0,50 a R$ 1 por cada uma. (...) É impossível restringir o fluxo migratório proveniente da Bolívia. Os 3,4 mil quilômetros de fronteira inviabilizam a contenção de migrantes que fogem desesperadamente de um país que tem os piores indicadores sociais de toda a América do Sul, segundo o relatório mais recente sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é divulgado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A Bolívia ocupa a posição de número 104, num total de 162 países. Para efeitos de comparação, o Brasil se situa na 69ª colocação. É por causa dessa conjuntura miserável que muitos bolivianos se sujeitam a condições subumanas de trabalho na cidade de São Paulo. “ Revista Problemas Brasileiros, nº 347, set/out. 2001 “Falta de perspectivas leva pelo menos 2 milhões de brasileiros a tentar a sorte em outras terras” Brasileiros,nº 336, nov.99,
ATIVIDADES:
1.     Que motivos levam os latino-americanos  a migrarem.
2.       Que parte do texto justifica que a nova divisão internacional do trabalho não mais coincide com as fronteiras dos estados nacionais?
3.       De acordo com o texto que objetivo foi alcançado por René?
4.       De acordo com o texto, René enfrentou via-crúcis antes de alcançar seu objetivo. Que dificuldades foram essas?
5.       De acordo com o texto, porque é difícil limitar a entrada de bolivianos ilegalmente no Brasil?
6.       Por que muitos bolivianos fogem da Bolívia?
7.       O que significa a sigla PNUD?
8.       Por que muitos bolivianos se sujeitam a condições subumanas de trabalho na cidade de São Paulo?

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