Entre os temas que retratam a globalização, as redes e os
territórios estão entre os que revelam maior polêmica e complexidade, devido
à natureza dessa espacialidade. Essas redes podem ser técnicas e representar
o capital por meio do desenvolvimento tecnológico. São as redes de circulação
de pessoas ( transportes), de mercadorias ( transporte e comunicação) e de
idéias ( comunicação). Elas podem ser legais se seu fluxo respeita os códigos
legais e morais entre os países. Elas, também, podem ser ilegais quando
promovem a clandestinidade de circulação de idéias terroristas, de tráfico
humano de órgãos, de crianças e de mulheres para a prostituição, de
armamentos, da biopirataria e pirataria comercial em geral.
Vivemos num mundo conectado em redes. Informações viajam virtual
e instantaneamente de um canto a outro, produzindo reflexos imediatos em
diferentes lugares do globo. Se uma empresa multinacional quebra num país
Ásia, no mesmo dia, a Bolsa de Valores de São Paulo entra em crise. A Guerra
no Iraque foi toda planejada na rede virtual. Pode-se acompanhar as
consequências das guerras,
Tsunami, terremotos, enchentes, sentados, em nossa casa. Somos
consumidores de informações em rede mundial. As mercadorias passam por um
circuito cada vez mais amplo, as frutas colhidas no interior mineiro, em
curto tempo estão à venda nos supermercados europeus. O dinheiro
transformou-se em cartão (dinheiro de plástico) que se retira no sistema
informatizado, online. As pessoas nunca viajaram tanto, como turistas. Uns
para trabalhar, uns para passear, outros estudar e, até mesmo, para se
protegerem, como os refugiados de guerra. Assim, o turismo tornou-se a
primeira indústria mundial em volume de negócios. O mundo se move em redes,
num fluxo constante de mercadorias, dinheiro, informações e de pessoas, pois
os homens interagem com outras culturas, levando e trazendo produtos;
as leituras de Marco Pólo nos ensinam que integrar culturas é fundamental
para novas aprendizagens. A diferença é que hoje tudo ocorre com muita
velocidade, mudando a organização sociocultural e ambiental das
paisagens. O processo de globalização exige o desenvolvimento de meios
de transporte. Para isso é necessário construir estradas, aeroportos,
hidrovias, modernizar a frota de veículos pesados e leves, de navios de carga,
de aviões que atendam a intensidade de circulação de mercadorias
e pessoas. Essas estruturas alteram toda a região à sua volta. Veja o caso de
São Paulo. A pequena vila do século 16 só virou a maior metrópole brasileira
porque ficava num ponto estratégico às margens da estrada de ferro que ligava
as fazendas de café do interior ao porto de Santos. E, hoje, os meios
de transporte, mudaram a espacialidade de muitas cidades brasileiras que
margeiam as vias rodoviárias. Isso traz grande impacto ambiental como o caso
da BR-163, Cuiabá-Santarém que provocou a dizimação do povo indígena Panará,
a migração desordenada, a grilagem de terras, o desmatamento, o aumento da
criminalidade e o agravamento das condições sanitárias locais. No processo de
globalização os carros, caminhões e navios articulam um lugar com uma região,
uma região com um país, um país com o continente e com o mundo. Hoje, as
cidades convivem com os problemas dos congestionamentos, falta de
infra-estrutura viária que facilite o fluxo no trânsito e a poluição. Em 1970
havia no Brasil um carro para cada 38 pessoas. Em 2002, é um veículo para
cada 10 hab/s, o que desencadeou a construção de túneis, pontes e avenidas.
Essas mudanças causam impacto no meio ambiente e na vida das pessoas.
A REDE
DAS COMUNICAÇÕES-
O planeta está plugado em rede e a grande revolução é a Internet. Ela
tornou possível a transferência instantânea de dados entre qualquer parte do
planeta. Vivemos num mundo online; em tempo real, tudo acontece
simultaneamente no tempo e no espaço. Esse fenômeno muda a relação das
pessoas; altera os hábitos culturais, muda costumes, as
relações sociais e econômica renova empregos, gera desempregos e recria o
chamado ciberespaço, o lugar passa a ser virtual, o site é
onde as pessoas se divertem, fazem
compras, encontram amigos, estudam e se informam. A interação é simultânea e
facilitada pelo ganho de tempo na pesquisa rápida. As telecomunicações formam redes que possibilitam
intercâmbios entre empresas, pessoas, povos e suas ideologias determinando a
reorganização do território, internacionalizando capitais, propiciando uma economia globalizada. Uma série de novas
tecnologias como: fibras óticas, barateou os custos e popularizou o uso
dos meios de comunicação como telefones digitais, fax, computador, etc. A inventividade do homem permitiu o
desenvolvimento das telecomunicações capazes de “reduzir” o tamanho do mundo.
A necessidade de comunicar-se e de
conhecer lugares transformou o espaço e possibilitou o desenvolvimento do
comércio, dos serviços e da indústria. As redes possuem um duplo movimento:
de um lado conectar pessoas, mercadorias e idéias e, de outro, excluir lugares e pessoas desse fluxo.
Assim, as redes de transportes e comunicações foram modernizando-se e
inserindo-se no contexto técnico-científico de cada época,
aproximando/distanciando lugares e pessoas. O acesso à modernidade não é
democrático, porque o progresso tecnológico não é uniforme. Excluem-se
pessoas que não podem arcar com os custos ou não estão incluídas nessa
cultura do instantâneo. Parcela significativa da população mundial, não
está conectada à Internet, e são igualmente poucos os que podem viajar
de avião, trem bala, ou mesmo, deslocar-se no transporte urbano para o
trabalho. Dependendo da forma como são utilizados, os sistemas técnicos podem provocar conflitos e desorganização do território,
formando movimentações ilegais de
produtos, pessoas e idéias: o cartel do narcotráfico, as máfias e gangues de
drogas e seqüestros; o comércio de órgãos e pessoas, a lavagem de dinheiro
“sujo” e o terrorismo internacional. As redes envolvem poder, comunicações,
espaços e pessoas numa ordem e desordem espacial formal e informal, legal e
ilegal. As redes podem também ser relacionadas com a solidariedade, a
cooperação e a construção de um modo de vida mais humano, como as ações dos
Médicos Sem Fronteiras, das ONGs, dos grupos de Defesa dos Direitos Humanos
que movimentam pessoas e lugares. A palavra rede ganha um novo significado
porque a produção, o uso e o consumo de produtos e de serviços estão
organizados em fluxos. Um exemplo é
a Rede Mundial de Computadores – a
Internet.
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INTERPRETAÇÂO:
1-Copie a parte do texto que explica a expressão: “Vivemos num
mundo conectado em redes”
2- O que é o dinheiro de plástico?
3- Que tipo de turismo feito pelas pessoas são descritos no
texto?
4- De acordo com o texto qual é a primeira indústria mundial em
volume de negócios e em nº de trabalhadores sem nacionalidade hoje?
5-De acordo com o texto que fluxos são constantes nesse mundo
que se move através das redes?
6- Que diferença existe entre a integração de culturas descritas
nos livros de Marco pólo e as de hoje?
7- O processo de globalização exige o desenvolvimento de
transportes cada vez mais rápidos, o que é necessário para que isso aconteça?
8- Que transformação aconteceu na cidade de SP com a
modernização nos transportes? Por quê?
9- Que grandes impactos
ambientais e sociais causou a construção da BR-163, Cuiabá-Santarém?
10- Descreva o processo de globalização ajudado pelos meios de
transporte.
11- Quais são os problemas gerados pelo fluxo de automóveis? Que
modificações no ambiente tiveram que ser feitas para facilitar esse fluxo?
12- O que significa dizer que o mundo está plugado em rede?
13- O que significa dizer que vivemos num mundo online?
14- De exemplos de como a internet muda as relações e os hábitos
das pessoas?
15- Nesse contexto de redes de informação, o que o uso das
telecomunicações possibilita?
16- O barateamento de qual nova tecnologia popularizou o uso dos
meios de comunicação?
17- Porque se diz no texto que o desenvolvimento das
telecomunicações e do transporte tem um duplo movimento?
18- Por que se diz no texto que o acesso à modernidade não
ocorre de forma democrática? Qual a conseqüência disso?
19- De que modo pode-se usar os meios de comunicação que podem
ser acionados na construção de redes que provocam conflitos e desorganização
do território?
20- De exemplo de rede de informação usada com intenções de
solidariedade.
21- Diferencie rede legal de rede ilegal.
22- Quais são as redes de circulação de pessoas_______________,
de mercadorias___________________ e de idéias _______________
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Tópico 14 Redes técnicas das telecomunicações
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gostaria de saber as respostas deste texto.
ResponderExcluireu tb
ResponderExcluirgostaria de saber as respostas deste texto.
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